Muitos dizem que seus corações são como folhas de papel, suas historias vão sendo escritas e apagadas, que é uma folha de papel gigante onde cabe tudo. Discordo. Meu coração é um clips, vou anexando coisas importantes, pessoas que amo, lugares, cheiros, sensações... E, se por um infortúnio da vida tiver que me livrar de alguma dessas coisas, vou deixá-la. Não digo que será fácil, pois sempre haverá aquele papelzinho que não quer sair, por mais que você tente, mas um dia ele se vai, e depois você percebe que mesmo tendo ido, o simples fato de ele um dia ter feito parte do seu “arquivo” fez com que muitos outros papeis tenham se juntado.
Acho engraçado tentarmos comparar nossos sentimentos, nossos corações, com coisas tão normais, tão simples. Um pedacinho de arame enrolado, celulose devidamente tratada, e me pergunto, pra que tudo isso?
Um clips ou uma folha de papel nunca serão como nosso coração, são apenas uma metáfora, é muito mais fácil pensar assim do que pensar que nosso coração é um órgão que bombeia sangue e também dá significado a muitas palavras essenciais, que na verdade (dizem) que nem mesmo com o coração tem algo a ver. Mas, não há meio de tirar da cabeça algumas coisas, não dá pra simplesmente dizer “cérebro, você é responsável por amar” por que temos controle sobre o cérebro, mas não pelo amor. Então decidimos recorrer ao coração, incontrolável, inconstante.
Não sabemos ao certo o que sentimos, mas lá esta o coração, afirmando que simplesmente sentimos, melhor deixar o esses detalhes de quem e por que para serem decididos por ele.