E adianta ver-se diante do ódio? Você realmente pensa que vale a pena todo esse sofrimento? Todo esse desprezo e raiva?
Adianta usar-se de uma lista que ao fim envenenará sua alma, fazendo-a tão negra quanto a própria lista? E depois de lentamente ser corroída pelos vermes e pelo desprezo, o que nos resta? Se fui ofendido nesta vida, desse motivo não me valerei a ofender o próximo, não usarei do mal feito para que seja o mal criado, da falta de respeito motivo para algo frio e doloroso.
E depois, na velhice, você se vê rezando por misericórdia, por compaixão, implorando humildemente as mesmas palavras. “Perdoai os nossos pecados assim como nos perdoamos a quem nos tem ofendido”.
E pensar que não pensamos nisso enquanto há tempo, enquanto vida ainda nos resta, e depois, velhos e doentes de corpo e alma, nos ajoelhamos diante daquele que a todos pode salvar, propondo que perdoe, enquanto sua lista, intacta em seu coração, continua a corroer seus últimos dias desta vida sufocante, mandando-o para o lugar no qual ninguém jamais retornou é à todos incerto.
E a lista se perde dentro de você mesmo, como um câncer maligno e insaciável que o leva para onde jamais se saberá mais nada ao seu respeito.
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